Esteróides anabolizantes
SOCIEDADE de CARDIOLOGIA do RIO GRANDE DO SUL
EStERóidES AnAbolizAntES, MARCAdoRES AtERotRoMbótiCoS E Função EndotEliAl
Anderson donelli da Silveira, Cátia boeira Severo e Ricardo Stein
Laboratório de Fisiopatologia do Exercício (LaFiEx) Serviço de Cardiologia Hospital de Clínicas de Porto Alegre – UFRGS Rua João Caetano, 20/402 Bairro: Petrópolis CEP: 90470-260 - Porto Alegre – RS Tel.: (5) 9806 2423 Fax: (5) 3333 635
Introdução A testosterona e seus derivados vêm sendo usados como substâncias terapêuticas para uma série de condições clínicas, como impotência, depressão, criptorquidia, grandes cirurgias e queimaduras, desde 19321. Passados alguns anos, começaram a ser descritos estudos sobre a melhora do desempenho atlético em soldados, durante a II Guerra Mundial. No Campeonato Mundial de Levantamento de Peso, realizado 1954, o uso de esteróides anabolizantes (EA) começou a ser descrito como uma ferramenta de auxílio ergogênico2. Nas Olimpíadas de 1964, é fato conhecido que diversos atletas de diferentes nações fizeram uso de EA de forma muito liberal. Conforme o exemplo da década de sessenta evidencia, o uso de EA proliferou nas competições internacionais, tomando proporções epidêmicas. No entanto, só nas Olimpíadas de Montreal (Canadá/1976) tais substâncias foram formalmente proibidas, sendo consideradas Doping. Cabe salientar que, mesmo com a ação intensa do Comitê Olímpico Internacional (COI), assim como de diferentes organismos, desportistas de diversas modalidades competitivas vêm lançando mão deste recurso ilícito com o objetivo de melhora da performance. Outro problema atual é o uso crescente destas substâncias dentre adolescentes e jovens que participam de competições esportivas ou que freqüentam centros físicos/academias. Muitos dos efeitos tóxicos dos EA podem ser atribuídos à dosagem excessiva e a técnicas de administração equivocadas3. Burkett e Falduto4 descreveram que a quantidade usada por levantadores de peso em geral excedia