Estação carandirú
Neste livro, “Estação Carandiru”, o autor relata suas experiências pessoais e os aspectos sociológicos ligados à área médica, fruto do relacionamento com presos e funcionários de cada casa e se dispõe a tratar com as pessoas caso a caso, mesmo em condições nada propícias à manifestação das individualidades. Neste presídio existem normas que devem ser cumpridas por força da segurança e da lei, e outras normas criadas pelos presidiários que devem ser rigorosamente cumpridas. Qualquer transgressão é castigada com espancamento e, dependendo do caso, até com a pena de morte, tornando–se os prisioneiros seus próprios juízes e algozes tendo como base as leis por eles mesmos estabelecidas. A rotina da casa não muda. De manhã, às cinco horas, os carcereiros do período noturno fazem a contagem em cada cela para ver se alguém não fugiu ou morreu. Em seguida é servido o café da manhã nas próprias celas. Depois, a turma é liberada para o banho de sol, atividades esportivas e de trabalho. Às dezessete horas todos são recolhidos, e as dezenove e trinta é à hora da tranca. Tudo é muito rápido, ninguém pode ficar de fora, vacilou na primeira vez tem o nome anotado. Na reincidência, são trinta dias de castigo na “Isolada”. Se der moleza um dia, no dia seguinte não se consegue trancar mais ninguém, diz um carcereiro. Apesar de presos e isolados da família e da sociedade, há dias em que os encarcerados recebem as visitas de familiares. Isso acontece aos sábados para uns, e aos domingos para outros. Ao meio dia de sexta-feira, começam os preparativos para