Estação Carandiru - Resenha
CURSO DE DIREITO
A REALIDADE DO CARANDIRU
Yasmin Leticia Peres
Lajeado, junho de 2015.
Drauzio Varella, além de escritor brasileiro, é médico oncologista e cientista formado pela Universidade de São Paulo, na qual foi aprovado em 2° lugar, ficou conhecido por popularizar a medicina em seu país, através de programas de rádio e TV. Além da sua especialização pelo câncer, Drauzio Varella dedicou boa parte de seu trabalho ao estudo da AIDS. Foi um dos pioneiros no estudo dessa doença no Brasil. Em 1989, iniciou um trabalho investigando a prevalência do vírus HIV nos detentos do Carandiru (nome popular da "Casa de Detenção de São Paulo") - um dos espaços mais propícios para a proliferação da doença. Até 2002, ano em que o presídio foi desativado, trabalhou como médico voluntário no local. Durante os anos em que atuou no presídio, o Dr. Varella chegou a idealizar uma revista em quadrinhos, O Vira-Lata, objetivando a conscientização e prevenção da AIDS, sendo que sua circulação era restrita ao complexo penitenciário da Casa de Detenção de São Paulo (conhecido popularmente como Carandiru). O livro Estação Carandiru, objeto desta resenha, escrito pelo então médico citado acima, relata as experiências, e os conhecimentos adquiridos por Drauzio, fruto de um relacionamento que manteve com os presos e funcionários, contando também as histórias de vida dos presidiários. A obra ainda explica o funcionamento da casa de detenção, seus pavilhões, suas divisões, e a vida neste local tão precário e ao mesmo tempo tão marcante da cidade de São Paulo. A casa de detenção, que foi construída na década de 20, era dividida em pavilhões quadrados, cada um com cinco andares e cada pavilhão continha um pátio interno, a área externa com quadra e o campinho de futebol. Paredes altas separavam os pavilhões. As celas eram abertas pela manhã e trancadas no final da tarde, e durante este período, os presos movimentavam-se com