estatistica
DE
ESTATÍSTICA
São Paulo, 20.08.2012
Como o Brasil pode se tornar uma potência olímpica em 2016 ?
Ganhando ou perdendo, a história é quase sempre a mesma: “faltam investimentos no esporte no Brasil”. Se houve êxito, foi apesar da falta de incentivo – e a existência de talentos que superam adversidades seria uma prova de que, com investimento, teríamos muito mais vitórias e medalhas. Se o resultado foi negativo, trata-se de uma mera consequência da falta de investimentos, sem os quais não há condições de competir.
A delegação brasileira que foi a Londres recebeu o maior aporte de investimentos públicos de toda a história do esporte brasileiro. Segundo levantamento do UOL Esporte, o volume de investimentos foi mais do que o dobro da Olimpíada anterior. Entre subsídios do Ministério dos Esportes, leis de incentivo e patrocínio de estatais, foram cerca de R$ 2,1 bilhões, contra pouco mais de R$ 1 bilhão no caminho até Pequim, em 2008.
Para os jogos do Rio em 2016, além dos gastos absurdos envolvendo infraestrutura esportiva de utilidade pós-Olimpíada amplamente duvidosa, já se anunciam investimentos ainda mais ambiciosos. Com o objetivo de que a delegação brasileira salte da recente 22ª para pelo menos a 10ª posição no quadro de medalhas, o Ministério do Esporte deve anunciar em breve um programa que concederá bolsas mensais entre R$ 5 mil e R$ 15 mil para atletas com potencial olímpico.
Atletas profissionais são, via de regra, pessoas que investiram grande parte de seu tempo no acúmulo de capital humano para se tornarem mais produtivos no seu ofício. Não podemos perder de vista, no entanto, o fato de que eles são trabalhadores como quaisquer outros. Faz sentido enquadrá-los, especificamente, no ramo do entretenimento, pois essa parece ser a principal função da exposição da prática desportiva (seja olímpica ou não). Ninguém (a não ser o próprio atleta, sua família, sua equipe e, vá lá, apostadores) extrai qualquer benefício