Estatistica ideias gerais
CELSO FURTADO: UM ECONOMISTA A SERVIÇO DANAÇÃO
"Seria necessário colocar como epíteto de todo estudo sobre a racionalidade este princípio bem simples, mas freqüentemente esquecido. A vida pode ser racionalizada de acordo com perspectivas e direções extremamente diferentes."
MaxWeber
Celso Furtado é um cientista social consagrado, que dispensa maiores apresentações. Sua vasta produção intelectual abarca tanto questões teóricas sobre os obstáculos ao desenvolvimento das economias periféricas, como interpretações históricas sobre a formação econômica latino-americana e do
Brasil. Suas pesquisas associam a gênese do subdesenvolvimento ao pesado legado do período colonial e a sua continuidade à presença de classes dominantes aculturadas, obcecadas em imitar os estilos de vida e de consumo das economias centrais.
Embora reverenciado como um dos grandes intérpretes do Brasil,
Furtado é um autor ainda bastante incompreendido, mesmo entre muitos de seus sinceros admiradores. A chave para a leitura de suas obras é estar ciente de que ele não é um economista convencional. Certo de que os problemas econômicos não podem ser separados dos condicionantes socioculturais e políticos que sobredeterminam o alcance da concorrência como mola propulsora do processo de incorporação de progresso técnico, Furtado rejeita o enfoque cosmopolita dos problemas econômicos e ancora no Estado nacional a unidade de referência de sua teoria do desenvolvimento econômico. Respondendo àqueles que apregoam o fim do Estado Nacional, em Transformações e Crise na Economia Mundial, Furtado adverte:
Um sistema econômico é essencialmente um conjunto de dispositivos de regulação, voltados para o aumento da eficácia no uso de recursos escassos.
Ele pressupõe a existência de uma ordem política, ou seja, uma estrutura de poder fundada na coação e/ou no consentimento. No presente, a ordem internacional expressa relações, consentidas ou impostas, entre poderes nacionais,
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