Estatistica de aborto
Em 2010, o total de interrupções, independentemente dos motivos, foi de 19.436, número inferior ao registado em 2009.
Tal como já aconteceu em anos anteriores, as Interrupções da Gravidez(IG) por opção da mulher até às 10 semanas, constituem
97% das interrupções realizadas (Tabela 1).
Em Portugal cerca de dois terços das IG ocorrem em mulheres com idades compreendidas entre os 20 e os 34 anos, coerente com a distribuição dos nados-vivos por grupo etário da mãe (Tabela 3). A distribuição das IG por todos os grupos etários tem sido constante ao longo dos anos
A proporção de IG em mulheres de nacionalidade não portuguesa manteve-se estável face ao ano anterior, sendo superior à proporção de nascimentos (nados-vivos) nestas mulheres, cuja média nacional em 2009 foi de 10,4% (INE, 2009).
No que diz respeito ao grau de instrução, 33,7% das mulheres têm o Ensino Secundário, 26,7% o Ensino Básico (3º ciclo), 18,9% o Ensino Superior, 14,7% o Ensino Básico (2º ciclo), representado a ausência de escolaridade apenas 0,5% (Tabela 12)
Em 2010, 51,8% das mulheres que efectuaram uma IG até às 10 semanas tinham um ou dois filhos e 39,6 % não tinha filhos (Tabela 13)
Desconhecia-se o número de interrupções realizadas antes da Lei 16/2007, de 17 de Abril. Os números estimados eram de cerca de 20.000 interrupções por ano
1
. Os números de interrupções registadas depois da entrada em vigor da Lei nunca ultrapassaram este valor.
O ano de 2010 revela uma diminuição nos números de interrupção de gravidez, porém, a redução do número de gravidezes não desejadas deve assentar numa estratégia sustentada de educação sexual, acessibilidade a métodos de contracepção e promoção da contracepção eficaz e segura.
O crescimento sustentável de uma sociedade não se alcança através do aumento da gravidez não desejada. Pelo contrário, este aumento está associado a problemas de integração social, potenciando e perpetuando um ciclo de pobreza para a mulher
e