Estampagem a quente
A estampagem a quente é o principal processo para fabricação de peças estruturais automobilísticas. A primeira etapa consiste no aquecimento do blank em um forno (no caso do processo direto) durante 4 a 10 minutos até austenitização completa. Logo depois, ocorre a tranferência do blank para a prensa, onde ocorre a estampagem da chapa e o resfriamento da mesma.
Figura 1: Esquema do processo de estampagem a quente.
Uma das vantagens desse processo é que a estampagem ocorre a temperaturas elevadas, entre 650ºC a 850 ºC, com uma microestrutura completamente austenítica, o que favorece a obtenção de peças com geometria complexas e aumenta consideravelmente a estampabilidade do material. Além disso, como a peça é resfriada na própria prensa, o retorno elástico é minimizado, garantindo maiores precisões dimensionais.
1.1 Diagrama de Transformações
O diagrama Fe-C define os estados de equilíbrio, mostrando o comportamento das ligas ferríticas de acordo com a variação da porcentagem de carbono e da temperatura. No caso em questão, as transformações ocorrem durante um ciclo termomecânico, sendo desta maneira indispensável considerar o tempo, ou seja, a influência da cinética das transformações durante o processo. Com o intuito de analisar o tempo na transformação considera-se dois fatores: a análise das transformações a temperatura constante, diagramas TTT, que permite análises isotérmicas e a análise das transformações pela variação da temperatura, diagrama TRC, que permite a análise não isotérmica. A melhor avaliação dos efeitos do tempo e temperatura tem como base a curva de ciclo isotérmico (diagrama TTT). Em seguida, é feita a análise com um resfriamento contínuo (diagrama TRC).
1.2.1 Definição das condições de estampagem a quente[1] A estampagem a quente é realizada na fase austenítica devido à maior ductilidade do aço. Desse modo, o diagrama TRC pode ser divido em três zonas: ZONA 1 – Austenita estável. Não ocorre