estamira
Weber percebeu a ocorrência dessa transavaliação e separou-a em racionalidade substantiva e racionalidade instrumental. A primeira mantém o sentido original, é baseada em valores e orientada por um critério transcendente, tratando do desenvolvimento humano, da promoção da consciência individual e da emancipação humana. Já, a segunda forma de racionalidade é baseada nas leis de mercado com visão competitiva e utilitária, e através desta a sociedade instrumentaliza as pessoas, orientada por fins. Na sociedade contemporânea, a racionalidade instrumental é a que prevalece; isto fez com que a razão, como parte da psique humana, passasse por um processo de "socialização", transformando-se em produto da sociedade e não mais da individualidade. Assim, criou-se um padrão para a racionalidade, que define o que é normal ou não, e quem não se comportar dentro do modelo estabelecido é taxado de irracional e de louco. A normalidade é um estado padrão formado a partir do pensamento comum de uma maioria, e o ato de contrariar essa maioria pode, até mesmo, ser considerado como uma patologia.
Desta forma, quando a sociedade se depara com pessoas como Estamira e Arthur Bispo do Rosário tende a excluí-los, marginalizá-los; pois eles fogem do estipulado como lúcido e trazem pensamentos providos de valores próprios, os quais não são reconhecidos pela sociedade em geral. Estamira se analisada pela ótica da normalidade estabelecida pela construção social vigente é