Estamira
Estamira, uma senhora que na época do documentário tinha 62 anos, vivia em um barraco e trabalhava no aterro sanitário - “Aterro Metropolitano de Garamacho” – Jardim Garamacho/RJ, protagonizou cenas de um documentário produzido por Marcos Prado, nas quais seu discurso é filosófico, uma mistura de extrema lucidez e loucura, que falava sobre temas como: a vida, Deus, o trabalho e reflexões existenciais acerca de si mesma e da sociedade dos homens.
O trabalho no lixão permite que tire seu sustento, coletando e colocando em sacos aquilo que julga aproveitável tanto para reciclagem como para comer, juntamente com outras pessoas nas mesmas condições. Mãe de 3 filhos, viúva, viveu com seu marido durante 12 anos, porém segundo relatos dela e dos filhos ele tinha várias mulheres e algumas vezes as levava para a casa dizendo ser amigas dele, ele também não aceitava que a mãe de Estamira vivesse com eles por ser portadora de distúrbios mentais, obrigando a mesma a interna-la em um hospital psiquiátrico. Além dos maus-tratos o marido a colocou para fora de casa e foi a partir daí que ela não “foi mais a mesma”, foi para o lixão, onde criou seus 2 filhos mais velhos, porém há um conflito que refere-se à criação de Maria Rita, (3ª filha) caçula, Hernani (filho mais velho) por não acreditar que o lixão era lugar de uma criança crescer, encontrou uma família que pudesse adotar a menina que na época tinha sete anos, na época do documentário, aos 21 anos, Maria Rita, contudo, ainda parecia confusa e dividida entre a família adotiva e a mãe biológica.
Estamira após ser abusada sexualmente passou a apresentar distúrbios psíquicos e alucinações. Fez tratamento psiquiátrico e tomou diversos remédios e em suas falas no documentário expressa não estar satisfeita quanto à isso, pois eles são dopantes, fazendo ser um robô, havendo também a tentativa de internação feita pelo filho Hernani, porém sem sucesso por falta de vagas no hospital.. Durante todo o