ESTAGIO
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O Professor Alfabetizador
1 INTRODUÇÃO
A alfabetização tem sido uma questão bastante discutida uma vez que há muitas décadas vem se observando as mesmas dificuldades de aprendizagem, reprovações, e abandono da escola por parte dos alunos, entre outros. Estas dificuldades são velhas conhecidas de todos, assim como seus mecanismos de produção do fracasso. Embora o assunto faça parte de um discurso um tanto desgastado, não há como se iludir fechando os olhos e fazendo de conta que o problema não existe. Existe e é estrutural, sendo profundamente relacionado, a fatores sociais, político, econômico e cultural.
De acordo com Carvalho (2003), para o professor, a primeira turma de alfabetização é uma responsabilidade que preocupa e assusta. Colegas de trabalho e famílias dos alunos estão atentos aos resultados. Quem tem êxito constrói uma reputação valiosa. Quem fracassa, recebe no ano seguinte uma turma mais fraca, de crianças mais pobres, repetentes, que não tem quem olhe por elas.
Há uma forte tendência em se atribuir o fracasso escolar ao professor e à sua má formação profissional. Não se pode negar, que a ação pedagógica do professor contribui, em grande parte, para que o processo ensino-aprendizagem realmente aconteça ou deixe de acontecer. E, no que se refere a essa ação, há um aspecto que não pode ser esquecido: a formação do professor. Esta formação não se concretiza apenas no curso específico, ao nível de ensino médio ou superior, ela se dá também através do trabalho que o professor realiza no dia-a-dia em sala de aula, é em contato com os alunos que a sua prática adquire sentido e se efetiva, uma vez que incorpora a realidade. Esse processo pedagógico, por sua própria natureza, é geralmente construído e reconstruído, avança e recua, dá saltos, tem contradições e, muitas vezes, traz conflitos.
Porém, tais conflitos vão sendo superados à medida que o professor