Estado e a teoria política
As teorias que Gramsci desenvolveu surgiram da situação histórica na qual ele viveu. Como figura central do partido socialista italiano e posteriormente do Partido Comunista, Gramsci viu o fracasso de um movimento revolucionário das massas trabalhadoras e o inicio de um fascismo reacionário apoiado por grande parte da classe trabalhadora. É daí que ele faz uma releitura da teoria marxista como forma de achar respostas para o paradoxo que ele via acontecendo na sociedade. Para entender sua teorização é preciso ter noção de alguns conceitos usados por ele, como:
hegemonia, cujo significado tem a ver com o predomínio ideológico dos valores e normas burguesas sobre as classes subalternas através de um conjunto de instituições, ideologias, práticas e agentes. “A hegemonia compreende as tentativas bem sucedidas da classe dominante em usar sua liderança política, moral e intelectual para impor sua visão de mundo como inteiramente abrangente e universal, e para moldar os interesses e as necessidades dos grupos subordinados” (p95).
sociedade civil - conjunto dos organismos vulgarmente chamados “privados”, como os meios de comunicação, entidades, etc.
Estado - não só como o aparelho repressivo da burguesia, mas também como aquele que inclui a hegemonia da burguesia na superestrutura. “O Estado é o complexo das atividades práticas e teóricas com o qual a classe dominante não somente justifica e mantém a dominação como procura conquistar o consentimento ativo daqueles sobre os quais ela governa” (p.99).
superestrutura - é formada por dois níveis: o primeiro é a sociedade civil e o segundo é a sociedade política ou Estado.
bloco histórico – relação dialética entre a infra e a superestrutura; superestrutura como reflexo das relações sociais de produção. Essa relação não se dá abstratamente, mas sim de forma concreta e histórica. Ex: “Hegemonia e função hegemônica do Estado emanam ao mesmo tempo da natureza da burguesia como uma classe