Estado de Natureza e Pacto Social - Hobbes, Locke e Rousseau
A análise inicia-se, então, com Hobbes, que, em sua obra O Leviatã, afirma que os homens, em estado de natureza, encontram-se concomitantemente em estado de guerra. Ele nega, assim, a máxima aristotélica de que o homem é, por essência, um animal social (zoon politikon), colocando a busca pela saciedade dos desejos e das necessidades individuais como os perpetuadores do caos humano em natureza. Isso porque, os homens são, pelo autor, reconhecidos como iguais, não havendo, portanto, caráter individual algum que os beneficie em direitos diante dos demais, no que diz:
A natureza fez os homens tão iguais quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo que o outro, mesmo assim, quando se considera tudo isso em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que o outro não possa também aspirar, tal como ele.
HOBBES, Thomas (2003, p. 106)
A miséria do estado de natureza surge propriamente dessa igualdade, posto que dela deriva também a igualdade dos homens em suas expectativas de atingir os fins por eles individualmente desejados. O autor entende que, no estado de natureza, todo homem tem direito a tudo, sendo