Estado Cristão
I.1. Dos Princípios da Política Cristã
Neste capítulo, Hobbes trata da “Natureza e direitos de um Estado Cristão”, onde quase tudo depende das Revelações sobrenaturais da vontade de Deus, entretanto, seu discurso é fundamentado não apenas na palavra natural de Deus, mas também em sua palavra profética, sendo para ele, a transmissão da Palavra de deus através dos profetas o princípio mais importante da política cristã.
Ressalta ainda que, embora haja na Palavra de Deus coisas que não podem ser demonstradas através da razão natural, não deve-se renunciar a razão, visto que nesta Palavra não há nada contrário a razão.
Outro aspecto importante mencionado pelo autor é o modo pelo qual Deus fala ao homem, que pode ser imediatamente ou através da mediação de outro homem, nas Sagradas Escrituras, o mais aceito. De modo que, embora Deus possa falar a alguém através de sonhos, visões, voz e inspiração, isto não obriga ninguém a acreditar que efetivamente aconteceu, visto que os sonhos são em sua maioria naturais e podem ter origem em pensamentos anteriores, além do que sendo homem pode estar enganado ou, mentindo.
Os profetas, por sua vez, são conhecidos, de acordo com as Sagradas Escrituras, por dois sinais que em conjunto (e não separadamente) permitem os identificar. Um deles é a realização de milagres, o outro é não ensinar qualquer religião que não a já estabelecida. Separadamente, conforme disse, nenhum deles é suficiente. Cessando os milagres, cessam também os profetas, assim como podem existir falsos profetas que tem o poder de realizar milagres, porém não devemos aceitar sua doutrina como palavra de Deus.
I.2. Do número, antiguidade, alcance, autoridade e intérpretes dos livros das Sagradas Escrituras
Neste capítulo Hobbes conceitua os livros das Sagradas Escrituras como sendo aqueles que devem ser o Cânone, ou seja, as regras da vida cristã, onde os homens são em consciência obrigados a respeitar.
No Antigo