Estabilização de solos
2.1 INTRODUÇÃO
O solo natural constitui simultaneamente um material complexo e variável de acordo com a sua localização.
Contudo, devido à sua universalidade e baixo custo, apresenta normalmente uma grande utilidade enquanto material de engenharia. Não é porém anormal que o solo de um determinado local não cumpra, total ou parcialmente, os requisitos necessários. Terá então de ser tomada uma decisão relativa à solução mais indicada para cada caso, e que irá geralmente contemplar uma das seguintes hipóteses:
1.
Aceitar o material original e ajustar o projecto às restrições por ele impostas;
2.
Remover o material do seu local original e substitui-lo por material de qualidade superior;
3.
Alterar as propriedades do solo existente de forma a criar um material capaz de responder às necessidades da tarefa prevista.
Esta última possibilidade, a alteração das propriedades do solo para possibilitar a sua utilização como material de engenharia, é normalmente designada por ESTABILIZAÇÃO DE SOLOS.
As alterações às propriedades de um solo podem ser de ordem química, física e biológica. Contudo, devido à grande variabilidade dos solos nenhum método será bem sucedido em mais do que alguns tipos de solos. De facto, visto que as características de um solo se alteram em intervalos de alguns metros, a escolha de um método de estabilização é normalmente condicionada pelo número e tipo de solos sobre os quais este provou ter uma acção efectiva. Deve também ser notado que a estabilização não é necessariamente um processo infalível através do qual toda e qualquer propriedade do solo é alterada para melhor. Uma aplicação correcta de qualquer método exige assim a identificação clara de quais as propriedades do solo que se pretendem melhorar. A resistência dos solos a uma determinada solicitação, além de variar com as características intrínsecas desses solos, varia também com o estado de tensão instalado antes da