Essência de moleca

Essência de moleca

Desde pequena nunca fui o tipo de menina meiga, que adorava usar saia ou vestido cor de rosa e sonhava em ser bailarina. Além de ser um traço da personalidade, as circunstâncias da vida fizeram de mim uma menina moleca. Era a única guria da família, criada junto de um irmão e quatro primos, para piorar eles ainda chamavam mais mil guris para brincar de lutinha, polícia e ladrão, jogar taco, futebol, entre tantas brincadeiras. Um ótimo ambiente para uma menina crescer não é?! Claro que é!

Como toda criança hiperativa e cheia de energia, minha mãe começou a busca por algum esporte/atividade onde eu pudesse descarregar toda essa ansiedade acumulada. Obviamente a primeira tentativa foi o ballet (por que todas as mães fazem isso?) e com toda leveza e delicadeza que eu não tinha, não me adaptei aos passos calmos e bem sincronizados do lago dos cisnes. Próxima parada, natação e ginástica olímpica, aí já começava a se encaixar com a personalidade forte de uma menina moleca. Depois veio a capoeira, mas ainda não era o que me definia. Até que chegamos ao kung-fu, perfeito! Aprender a lutar (ou melhor, se defender, a essência das artes marciais) isso sim era demais, dar chutes e socos em aparelhos acolchoados. Sequências de movimentos com bastões e toda a diversão do mundo das lutas. Porém, como todos os outros esportes, uma hora encheu o saco e naquele ambiente apareceu um objeto peculiar, um tecido comprido e cor de rosa... mas o que faria um tecido perdurado na academia? Minha mãe, sempre uma ótima observadora, foi em busca de respostas, até que lá estava eu na minha primeira aula de tecido acrobático.

Começamos pelo aquecimento, uma corrida de leve pela sala movimentando os braços... depois o alongamento com giros no pescoço, quadril, braços, ombros, pernas... a expectativa é grande, quase uma hora de aquecimento e alongamento e nada do tal do tecido.

E então o primeiro contato: “Segura o tecido com as duas mãos, agora enrola a perna