Esse cristão incrível
No âmago do sistema cristão encontra-se a cruz de Cristo com o seu paradoxo divino. O poder do cristianismo se encontra em seu repúdio ao comportamento dos homens decaídos e não em sua aceitação do mesmo. A verdade da cruz se revela em suas contradições. O testemunho da igreja é mais eficaz quando declara em lugar de explicar, pois o evangelho é dirigido à fé não à razão. O que pode ser provado não exige fé para a sua aceitação. A fé repousa sobre o caráter de Deus e não sobre demonstrações de laboratório ou da lógica.
A cruz se destaca em franca oposição ao homem natural. Sua filosofia se opõe aos processos da mente não-regenerada. Foi com essa idéia em foco que Paulo afirmou com toda franqueza que a cruz é loucura para os que perecem. A tentativa de encontrar um ponto comum entre a mensagem da cruz e o raciocínio do homem decaído é tentar o impossível, e se persistirmos o resultado será uma lógica prejudicada, uma cruz sem significado e um cristianismo despido de poder.
Vamos agora sair da teoria e observar simplesmente o verdadeiro discípulo enquanto pratica os ensinamentos de Cristo e de seus apóstolos. Note as contradições:
O cristão acredita estar morto em Cristo, mas encontra-se mais vivo do que nunca e espera viver realmente para sempre. Ele anda na terra embora esteja sentado no céu e apesar de ter nascido neste mundo, depois de sua conversão descobre que este não é o seu lar. Como o curiango, que no ar é a essência da graça e formosura, mas no chão mostra-se desajeitado e feio, o cristão também se destaca nos lugares celestiais, mas não se entrosa muito bem na sociedade em que nasceu.
O cristão logo aprende que, se quiser alcançar vitória como um filho do céu