Esquizoanálise e Acompanhamento Terapêutico O filósofo Gilles Deleuze e o psiquiatra e psicanalista Felix Guattari, iniciam seu texto Introdução à esquizoanálise publicado em 1972, na França, assinalando um conjunto de críticas à psicanálise. Tais críticas envolvem cenas do mito de Édipo com explicações familiaristas. De acordo com os autores, o primeiro erro da psicanálise é o de fazer como se as coisas começassem com o filho. Para eles, o pai é o primeiro em relação ao filho, nunca o adulto vem depois da criança, mas os dois visam na família as determinações do campo no qual ela e eles estão simultaneamente imersos. Nesse contexto, o que a criança realiza em suas experiências infantis, é primeiramente perpassado pelas condições sociais na qual está inserida. E isso quer dizer que os investimentos sociais são feitos anteriormente ao investimento familiar. Outro erro abordado é o de que a psicanálise mantém a compreensão do fenômeno familiar dentro de um movimento de regressão ou mesmo da progressão, mas sempre dentro desse movimento. A família nunca é determinante, mas apenas determinada, sendo a comunidade do campo social enquanto objeto do investimento de desejo. Dessa forma, como o desejo está ligado a um contexto social podemos comprová-lo no delírio, pois ele é a matriz de todo investimento social inconsciente. Investimento esse, que mobiliza um jogo delirante de desinvestimentos, de contrainvestimentos, de sobreinvestimentos. Os autores fazem uma diferenciação de dois grandes tipos de investimento social, um segregativo e outro nomádico, que são como dois pólos do delírio. Um pólo paranóico, que investe a formação de soberania central e a sobreinveste, fazendo dela a causa final eterna de todas as outras formas sociais da história, que contrainveste novamente e desinveste toda livre figura do desejo. E um tipo de pólo esquizo-revolucionário, que segue as linhas de fuga do desejo. De um a outro desses pólos do delírio, há surpreendentes