Espécies-chave
Mestrado Ecologia e Recursos Naturais – Ecologia de comunidades –
Trabalho de revisão
– Espécies-chave –
Thais Berçot Pontes Teodoro
1. Introdução
A idéia de que algumas espécies possuem uma relevante importância na manutenção do equilíbrio nas comunidades naturais através do controle exercido sobre o tamanho populacional de outras espécies com as quais elas interagem foi primeiramente debatido por Paine (1966). Ele demonstrou, a partir de um experimento realizado em um costão rochoso na Califórnia, que a remoção da estrela-do-mar, Pisaster ochraceus, predador de topo de cadeia, proporcionou uma redução na diversidade local (de 15 espécies para oito) por permitir que outras espécies antes controlada por predação, agora possam dominar o espaço físico do ambiente de forma a não permitir o desenvolvimento de outras espécies por falta deste recurso. Mudanças significativas na densidade de uma população e composição de espécies são, dessa forma, produzidas pela remoção de um carnívoro dominante. Evidencias indiretas sugerem que mudanças equivalentes não aparecem com a exclusão de outros consumidores (Paine, 1969). A partir desta primeira explanação, alguns conceitos acerca de espécies-chave puderam ser desenvolvidos. Espécies-chave são, em um sentido mais amplo, espécies cujo impacto na comunidade é alto e desproporcionalmente grande em relação a sua abundância (Power et al., 1996). Eles sustentam, de diversas formas, espécies que poderiam dominar o ambiente (Paine, 1969) . As espécies-chave podem não controlar tudo a sua volta, porém, controlam peças chaves que sob certas circunstancias, se tornam essenciais para a manutenção do ambiente (Power et al., 1996).
2. Atributos e tipos de espécies-chave
Em alguns casos, restrições ambientais podem limitar os atributos chaves das espécies. Um exemplo seria um estudo de Navarrete & Menge (1996) onde foi concluído que o gastrópode Nucella sp. atua como