Espártaco e a política na Antiguidade
Este artigo, dividido em quatro partes, procura retratar as rebeliões escravas que ocorreram na Roma Antiga, mantendo em foco a participação do escravo e gladiador trácio Espártaco. O artigo também busca mostrar a figura de Espártaco não só como um símbolo ou um mito, mas como um homem real, que existiu e lutou contra seus opressores, lutou contra Roma.
O texto é introduzido de uma maneira crítica em relação à importância de Espártaco no estudo da história política da Roma Antiga. O autor afirma que, diferentemente de um homem real, Espártaco, hoje, é mais visto como um símbolo da luta contra a opressão da escravidão.
Através de analogias feitas com base no tema da luta de classes - desde a antiguidade até os dias atuais - o autor procura explicar um motivo para a figura de Espártaco ter se desvencilhado do contexto político da Roma Antiga. Deixa a entender que seu papel está mais relacionado a um ''remédio'' que se torna necessário para combater um fenômeno isolado, que acaba expressando uma ''doença''.
A partir dessa introdução o autor começa a desenvolver o contexto em que surge o gladiador Espártaco e seu exército.
Na República Romana, por volta de 133 a.C., conflitos marcados pela distribuição de terras de grandes proprietários entre cidadãos pobres geraram uma guerra civil, envolvendo oligarcas descontentes com essas novas medidas e apoiadores dessa nova lei. De acordo com o autor, todas essas disputas, que se deram no âmbito parlamentar, tiveram como pano de fundo as rebeliões de escravos. Por quererem entrar no cenário político da disputa por riquezas, os escravos acabam se rebelando.
Seguindo esses acontecimentos, o texto vai exemplificando diversas ocupações de cativos rebelados em cidades diferentes da Itália. É importante definir que o sistema escravocrata da época, por decreto, proibia escravizar por dívidas homens livres de povos aliados. Muitos homens eram escravizados ilegalmente, causando um sentimento