espirita
Conta-se que um velho do Interior, analfabeto, orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o príncipe com sua caravana chamou-o à sua presença na sua tenda rica, e lhe perguntou: — Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler? O velho simples respondeu: — Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai do Céu pelos sinais dele. — Como assim? — perguntou o príncipe, admirado. O velho humilde explicou-se: — Quando o senhor recebe uma carta de pessoa distante, como reconhece quem a escreveu? — Pela letra e pela assinatura. — Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela? — Pela marca do joalheiro. O empregado sorriu e acrescentou: — Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi? — Pelos rastros que o animal deixou — respondeu o chefe, surpreendido. Então, o velho humilde convidou-o para fora da tenda e falou, respeitoso: - Senhor, as estrelas do céu, a lua, as árvores floridas e cheias de frutos, que alimenta os animais e as aves, os animais grandes como os elefantes, e os pequenos, como o sapinho, não pode ser obra dos homens! Somente uma Sublime Inteligência conseguiria fazer tudo isso, com tanta perfeição! Nesse momento, o orgulhoso príncipe, com os olhos cheios de lágrimas, ajoelhou-se na areia e começou a orar também: - Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o teu Nome, Vem a nós o vosso Reino, Seja Feita a vossa vontade, Assim na Terra como no Céu O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje e sempre Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos os nossos ofensores E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal,