Espionagem
Robson Viturino e Marcos Nogueira
Tão importantes quanto o poderio bélico, as informações estratégicas podem definir desfechos de conflitos e destinos de nações. Conheça os 5 casos mais fantásticos em que a espionagem ajudou a redesenhar o mapa-múndi
Dusko Popov
Conflito: Segunda Guerra Mundial Quando: 1941 Nações envolvidas: EUA, Japão, Alemanha Missão: alertar os americanos sobre a intenção japonesa de atacar Pearl Harbor Arma secreta: Dusko Popov, o espião bon vivant que inspirou James Bond Estratégia: roubo de dados Elegante, mulherengo, amante da boa vida. Esse era Dusko Popov, espião iugoslavo que inspirou o escritor inglês Ian Fleming na criação do personagem James Bond. O 007 de verdade também era culto, fluente em diversos idiomas, frio e esperto. Ele fez uma das carreiras mais brilhantes da espionagem internacional graças ao trabalho que realizou no posto reservado aos melhores do mundo: o de agente duplo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Popov atuava tanto para os nazistas quanto para os aliados. Mas só dava informações quentes aos aliados: os alemães ele enganava.
O ponto alto de sua carreira ocorreu em 1941, quando chegou aos EUA com um relatório dos alemães que trazia em 5 páginas todos os detalhes sobre um iminente ataque a Pearl Harbor. Durante um mês, Popov não obteve nenhuma resposta aos pedidos de encontro com o todo-poderoso do FBI, J. Edgard Hoover – que controlava o serviço secreto (a CIA só seria criada em 1947). Hoover duvidava das informações, dizia que estava tudo redondinho demais, com datas, lugares, nomes, etc.
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Quando finalmente se reuniu com Hoover, os dois falaram o diabo um para o outro e saíram sem nada decidido. Para o chefão do FBI, Popov não passava de um bon vivant que estava nos EUA por farra – durante o mês de espera, Popov se esbaldou com belas mulheres e freqüentou os melhores lugares de Nova York. Para o agente secreto, Hoover era um irresponsável que deixaria o