Especiação do Cromo

Importância toxicológica da especiação do cromo
A especiação química de metais tornou-se imprescindível nos estudos que envolvem toxicologia, já que os efeitos tóxicos e/ou benéficos dos elementos estão diretamente relacionados às formas químicas nas quais se encontram nos seres vivos, nos alimentos e/ou no ambiente.
Na especiação química, são empregadas técnicas de separação (geralmente técnicas cromatográficas, como a cromatografia gasosa(GC), a cromatografia líquida (LC), a cromatografia com fluído supercrítico ou eletroforese) acopladas à técnicas de detecção de alta sensibilidade, como a espectrometria de fluorescência atômica (AFS) e a espectrometria de massa com fonte de plasma acoplado indutivamente (ICP-MS). Com isso, a especiação auxilia no desenvolvimento de estratégias de controle, prevenção e descontaminação do metal poluente, pois possibilita um monitoramento e quantificação do teor total do elemento em um determinado sistema.
No caso do cromo, o elemento apresenta diversos estados de oxidação. Porém, somente Cr(III) e Cr(VI) são suficientemente estáveis para ocorrer no ambiente. A presença de Cr(III) na dieta de animais e humanos é importante, pois está relacionada com o metabolismo de glicose, lipídeos e proteínas. Em quantidades traços é necessária a sua presença na dieta dos mamíferos. Contudo, Cr(VI) é tóxico, carcinogênico e mutagênico para animais e humanos. Crômio(VI) apresenta mais mobilidade que Cr(III), pois seus ânions são facilmente transportados através do solo. Por outro lado, Cr(III) precipita como Cr(OH)3 ou FexCr1-x(OH)3 ou ainda forma quelatos com moléculas orgânicas, tendo portanto menor mobilidade no solo.
Sendo rara a ocorrência natural, os ânions de Cr (VI) são produzidos principalmente a partir de fontes antropogênicas, como por exemplo, efluentes industriais de curtumes, galvanização, pintura, indústrias têxteis, etc
Essas atividades antropogênicas liberam igualmente íons Cr(III) ou Cr(VI) e ambos se tornam