Especialista
No ambiente hospitalar, o lugar do médico e do analista devem se articular. Enquanto o médico visa à cura e se pauta em certezas, o analista visa o sujeito e inscreve-se no indeterminado. Dessa forma, pode-se pensar que uma questão que poderia ser levantada não seria a de remover o discurso médico - o qual lhe garante um lugar de certezas que responde a demanda de poder curar - para que este passasse a escutar a subjetividade, pois, sem este saber a atuação ficaria comprometida, mas cabe propor que o discurso do analista possa ser articulado com o do médico, respeitando a particularidade de cada saber para que dessa forma o sujeito possa coexistir com as regras institucionais sem perder sua subjetividade. Tourinho (2006) analisa esses discursos de acordo com os ensinamentos de Lacan sobre o discurso universitário que está situado no lugar do agente de um saber universal e este coloca sua produção no lugar da verdade. Já no discurso do analista, o Outro é o sujeito do saber e não o objeto deste. Ainda segundo Tourinho (2006), quando se trata do saber sobre o que é melhor, sabe-se que entre o universal e o particular, está cada sujeito. Baseado na teoria lacaniana, o discurso do psicanalista não pode se reduzir aos outros discursos, pois isso é fundamental para que se possa ter uma clínica do sintoma, mas também do sofrimento. Sabe-se que o único que sabe sua dor e sofrimento é o próprio sujeito, e no momento em que se escuta o que ele tem a dizer permite-se que consiga esvaziar-se e re-significar a