ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS COMO CENÁRIOS ARTÍSTICOS: ARTE COMO RESISTÊNCIA
ARTÍSTICOS: ARTE COMO RESISTÊNCIA
EVERTON NAZARETH ROSSETE JUNIOR1
NELSON POPINI VAZ2
RESUMO
Num tempo onde tudo é concebido como mera imagem a ser consumida rapidamente, a cidade não fica imune e também vira um produto, e o espaço público urbano se torna um potencial cenário dessa espetacularização. Com o recuo da vida pública para os espaços privados, ocorreu a busca da homogeneização cultural com a sobreposição de culturas tidas como globais sobre as locais, e a eliminação dos espaços abertos à expressão de conflitos. O presente ensaio, além de contextualizar o cenário atual, mostra a potencialidade da arte teatral exercida nos espaços públicos como forma de resistência, expressão da diversidade cultural e exercício da política e cidadania em um ambiente democrático.
Palavras-chave: espetacularização; cidade; resistência; arte crítica; teatro.
1
ROSSETE JUNIOR, E. N. Mestrando, Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, História e Arquitetura da
Cidade (PGAU-Cidade), UFSC. evertonjr@gmail.com
2
VAZ, N. P. Prof. Dr., Programa de Pós-graduação em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade. (PGAU-
Cidade) UFSC. nelson.popini@ufsc.br
1
A CIDADE COMO PRODUTO ESPETACULARIZADO
Na sociedade globalizada atual tudo virou mercadoria espetacularizada (DEBORD, 1997
[1967]). Desde produtos cotidianos, elementos culturais, modos de vida em geral, entre outros: tudo é concebido como mera imagem a ser consumida rapidamente. Com a cidade não seria diferente: a competição acirrada - principalmente na disputa pelo turismo - fez com que as cidades se tornassem produtos cenográficos, marcas a serem divulgadas e vendidas (JACQUES,
2004). Uma competição não mais entre Estados, mas entre empresas (SANTOS, 2000), e vários acontecimentos ao longo da história vêm contribuindo para tal situação, preparando o terreno para a cidade como mero cenário.
Esta tendência ocorre desde o mascaramento das