Espaço agrário brasileiro
A atual organização do espaço agrário brasileiro resulta de um processo histórico, no qual diferentes porções do território foram incorporadas em diferentes períodos e com diferentes funcionalidades.
Cada subespaço destes apresentou uma diferente organização social, cujos traços podem ser identificados nas diferenças regionais que se manifestam no presente.
No processo de ocupação do território brasileiro, o espaço agrário estava assim organizado:
Espaço canavieiro: estrutura-se no litoral nordestino e do sudeste no século XVII, como forma de ocupar o território e explorá-lo economicamente enquanto não eram encontrados os recursos metálicos (ouro e prata).
É caracterizado pelos senhores de engenho e pelo uso da mão-de-obra escrava. Assim sendo, a mobilidade social é praticamente nula. As atividades econômicas restringem-se ao atendimento da pequena elite agrária. Tal estrutura não permite a formação de uma rede de cidades mais complexa e de uma economia regional dinâmica, considerando o quase inexistente mercado consumidor.
Espaço mineiro: organiza-se no século XVIII, tornando os demais espaços tributários a este. Há uma reorientação da vida econômica na colônia, pois a atividade mineira permite uma estratificação social mais diversificada, com profissionais liberais, vendedores, e uma pequena agricultura que se organiza em torno deste espaço para lhe atender. Surgem também cidades comerciais, dando um aspecto mais urbano ao território.
Espaço pecuário: organiza-se orbitando o espaço mineiro e atendendo a função geopolítica de ocupação territorial, no caso específico do Rio Grande do Sul. As manchas de pecuária do sul (pampa), passando pelo planalto lageano e segundo planalto paranaense convergem para o planalto mineiro, juntamente com a pecuária desenvolvida no sertão nordestino. Gado bovino e muar é conduzido às áreas de mineração, seja para a alimentação do mineiros, seja para o uso como tração.
O