ESFERA PUBLICA
Um dos pontos fundamentais do pensamento de Hannah Arendt é o fato dos homens, enquanto tais, serem indivíduos únicos, capazes de uma ação original. Essa capacidade criadora é o que Arendt chama de milagre, ou seja, a manifestação ativa que paralisa o automatismo que é próprio a tudo o que existe e tem fim. Tratando-se do mundo dos homens, porém, a ação é a única atividade que pode assegurar continuidade justamente porque ela engendra originalidade e é começo. O que denota no pensamento de Arendt uma metafísica do inaugural, um início que é contínuo graças ao aparecimento dos homens no mundo e, em vista disto, capaz de transcender a finitude. Arendt, desse modo, distingue duas dimensões do homem inserido na esfera pública política: como agente ou como ser moral. Primeiro, na condição de agente, a esfera pública é concebida como a arena de homens ativos que colocam em cena algo novo.
O princípio é o começo de alguma coisa que é possível pelo fato da natalidade, e isso motiva e impele os homens a renovarem e atualizarem o seu nascimento; do mesmo modo, o que impulsiona os homens a agirem como inovadores é o fato da liberdade daí sua condição de criador. A ação é a expressão da liberdade que os homens experimentam no mundo público e coletivo. Neste caso, a