Escória de aciaria
1. Resíduos, preservação ambiental e construção civil
A construção civil é o macro-setor da economia que produz os bens de maiores dimensões do planeta, consequentemente demanda de uma grande quantidade de matérias-primas naturais. Porém, a exploração exaustiva das fontes de recursos ao longo dos anos, vem criando um sério problema de escassez de material de construção. Nas proximidades das grandes cidades, por exemplo, há necessidade de buscar esses insumos (areia, brita, calcário) a distâncias cada vez maiores, agregando-lhes o valor do transporte, o que certamente reflete no custo final das construções.
Dessa forma, a utilização de materiais à base de resíduos é uma condição inevitável à construção civil. Setores com a indústria cimenteira, a construção rodoviária, a fabricação de cerâmica entre outras, são potenciais consumidoras de resíduos industriais, como por exemplo, os siderúrgicos, que apresentam características praticamente inertes, carentes de qualquer perigosidade e que tornam segura a sua utilização como matéria-prima.
A reciclagem de resíduos é tão vantajosa para a siderurgia quanto é para construção civil. A indústria siderúrgica, salvo os indiscutíveis benefícios trazidos a economia e a sociedade, é uma indústria de forte impacto ambiental por utilizar grandes volumes de matérias-primas e energia, além da geração de resíduos diversos.
Uma moderna siderúrgica integrada à coque, por exemplo, gera em média 700 kg de resíduos por tonelada de aço bruto produzido. O volume desses resíduos apresenta inúmeros inconvenientes como a necessidade de grandes áreas para descarte e um gasto em torno de U$ 30 por tonelada de resíduo depositado, com transporte e preparação do pátio de estocagem. Além disso, nos últimos anos vem sofrendo pressões por parte das legislações ambientais, cada vez mais rígidas, da sociedade e do mercado em geral para minimizar os efeitos desses resíduos