Escândalo da proconsult
ESCANDALO DA PROCONSULT
O "caso Proconsult", foi uma bem urdida tentativa de fraude levada a cabo nas eleições de 1982, quando Brizola disputou (e ganhou) o cargo de governador do estado do Rio de Janeiro.
Anistiado depois de 15 anos de exílio, Brizola desembarcara no Rio, em 1979, disposto a reconstruir o antigo PTB criado por seu padrinho político Getúlio Vargas. Uma manobra de esvaziamento de sua liderança, concebida no gabinete do então general-ministro da Casa Civil Golbery do Couto e Silva, deu a sigla para Ivete Vargas, uma sobrinha de Getúlio, de perfil bem mais conservador e, malgrado o sobrenome, confiável ao regime e perfeita antípoda do combativo engenheiro gaúcho.
Brizola então fundou o PDT, em 1980, e foi à luta para enfrentar as eleições de 1982, as primeiras diretas ao governo dos estados desde o golpe de 1964. Entrou como azarão na disputa pelo governo do Rio, na rabeira das pesquisas, enfrentando na campanha o favorito Miro Teixeira (PMDB), o candidato do regime militar Wellington Moreira Franco (PDS), a herdeira do lacerdismo Sandra Cavalcanti (PTB) e Lysâneas Maciel, representando o PT, partido também fundado em 1980 e que disputava sua primeira eleição majoritária.
Brizola brilhou na campanha, conseguiu reverter o quadro adverso das pesquisas e assustou os militares então no poder, em especial a parcela alocada na chamada "comunidade de informações" – leia-se Serviço Nacional de Informações (SNI), suas ramificações nas forças armadas e demais patrocinadores dos porões do regime.
Desmonte rápido
Nas eleições de 22 anos atrás, os votos eram dados em cédulas de papel. No pleito de 1982, o processo de contagem previa que os votos seriam apurados nas próprias mesas coletoras e, dali, os resultados parciais seguiriam para a totalização nas zonas eleitorais – no caso do Rio, a totalização geral era de responsabilidade da empresa Proconsult, que prometia agilidade e confiabilidade de resultados num