“Escritura e escrita na psicanálise com crianças neuróticas”.
Análise
Segundo Lacan (1957), o inconsciente é uma escritura, sendo a mesma uma linguagem. Pode-se considerar a escrita uma das formas do inconsciente se manifestar. A escrita, de acordo com Gabriel Balbo (1991), é subseqüente ao desenho infantil, no qual tem uma passagem da letra ao significante. O texto “Escritura e escrita na Psicanálise com crianças neuróticas” traz uma ilustração clínica de um pré-adolescente de onze anos chamado Renato, que reproduz as insígnias de seu tempo em folhas de papel; são palavras e desenhos que compõem marcas e que fazem a significação fálica daquela comunidade, como faziam outrora os escudos.
Dentro deste caso pode-se perceber vários processos, tais como: de transferência, do inconsciente, de compulsão a repetição, de deslocamento, entre outros. Cada um desses processos será analisado dentro do caso de Renato. Um dos primeiros processos a ser observado é o inconsciente, que pode ser considerado como traço de memória. Dentro do que o caso traz, pode-se analisar que Renato em sua primeira sessão chamou a atenção do analista ao escrever uma frase e depois faz um X em cima da mesma, aparentemente por não estar de acordo com o que pretendia fazer. Nas sessões seguintes, Renato escreve a mesma marca (que se trata de uma loja de roupas e produtos para skatistas) Drop Dead que significa “caia morto”, só que ele não sabia a que se referia, pois trazia aquilo que estava em sua memória (que estava manifesto, que é acessível a consciência), aquilo que a censura o permitiu dizer.
Em outra sessão posterior, Renato vai acompanhado da avó materna e solicita a ela que participe da sessão. Durante a sessão a avó põe-se a falar da historia familiar, contando a respeito da tragédia acontecida com seu falecido marido quando era criança. O avô de Renato quando tinha cinco anos de idade, saiu com seu pai para soltar pipa, só que a pipa