Escravidão no r
Curso de Especialização História da África e da Diáspora Africana no Brasil
Disciplina “O tráfico internacional e o comércio de escravos no Brasil”
Professor Alexandre
Bruno Rodolfo Martins
Resenha de
“Em costas negras” de Manolo Florentino
julho, 2008
Introdução
O livro escolhido para esta resenha é “Em costas negras: uma história do tráfico de escravos entre a África e o Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX)” de Manolo Florentino, editado pela Companhia das Letras. No entanto, ficaremos nos limites da apresentação, do primeiro e segundo capítulos. De acordo com o autor, é um trabalho guiado pela intuição mais do que outras exigências profissionais, sobre uma história acerca do tráfico de escravos entre África e Brasil, e em especial neste primeiro capítulo, o papel do Rio de Janeiro entre o século XVIII e XIX. Manolo Florentino é formado em História pela UFF, mestre em Estudos Africanos pelo El Colégio de México e doutor em História pela UFF e tem se dedicado aos estudos sobre tráfico e a demografia dos escravos nas Américas, África e Brasil, com mais de trinta artigos e oito livros publicados, entre outras produções acadêmicas (vide Currículo Lattes/CNPQ). Vemos assim que é uma pessoa bastante envolvida com a temática, valendo a pena gastar algum tempo para estudar sua (enorme) produção e fazer as devidas reflexões. O motivo de ter escolhido este texto, no entanto, não é o respeitado currículo do autor. Um parte é pela regionalidade do texto, em se tratar do Rio de Janeiro (por sua importância na época citada e por uma questão de identidade e curiosidade), e a outra é pelos métodos empregados por ele com as fontes. Usar os registros dos portos e os registros em mídia impressa da época para análise é interessante, mas mais interessante ainda é a ênfase dada nos inventários post-mortem na identificação do fluxo de escravos pelo Rio de Janeiro. Os recortes feitos