Escravidão no brasil

ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Humberto Barbosa Rampinelli

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo remota-nos a escravidão brasileira, essa tratada por alguns autores como uma relação patriarcal entre senhor - escravo, ou seja, benevolente, ou enfatizada numa relação de caráter violento de dominação e resistência. O artigo estrutura-se na analise proposta pelos próprios autores de Visões de Liberdade e Campos da Violência em irem buscar em processos criminais os documentos que representam à abolição da escravatura na corte, esse como cenário de confrontos cotidianos onde mostra a dominação, mas também evidenciam as tensões de uma sociedade marcada pelos conflitos pela submissão, resistência e poder.

2. ESCRAVIDÃO NO BRASIL

O debate sobre a escravidão no Brasil é bastante antigo na historiografia brasileira, esta critica as duas linhas de interpretação a cerca da escravidão. Relativiza, a perspectiva que enfoca a benevolência, o Patriarcalismo na relação senhor-escravo (democracia racial) corrente essa defendida por Gilberto Freyre em seu livro Casa-grande e senzala em 1933. Diria a historiografia que “desde logo salientamos a doçura nas relações de senhores com escravos domésticos, talvez maior no Brasil do que em qualquer outra parte da América” (FREITAS, 2001, p. 103). Essa imagem pode se caracterizar como uma cristalização da imagem de um senhor amigo e benevolente para com seus escravos, submissos e fiéis.
Outra linha de historiadores com visão diferente sobre essa temática, surgiu a partir dos anos 50, com a revitalização dos estudos sobre a escravidão e do negro originando assim uma nova corrente historiográfica. Tais idéias somaram-se a progressiva conscientização das condições periféricas a que sempre esteve submetido o país no quadro das relações internacionais, com visibilidade de injustiças e tensões sociais impossibilitando o crescimento do nacionalismo. Nomes com essa visão podem ser citados, como: Emilia Viotti, Florestan Fernandes, Fernando