ESCOLHAS E TOMADAS DE DECISÕES COMO MEIOS PARA SE ALCANÇAR A FELICIDADE
MEIOS PARA SE ALCANÇAR A FELICIDADE
André Luís Gonçalves1
RESUMO
Este texto artigo pretende apresentar algumas reflexões que Pierre Aubenque faz em seu livro Prudência em Aristóteles2 a respeito do conceito de phrónesis3 presente no livro VI da obra Ética a Nicômacos de Aristóteles. O texto irá mostrar que, segundo Aristóteles, toda escolha e tomada de decisão exige tempo e reflexão, pois são elas que definem os meios para se alcançar o fim máximo da ação: a felicidade.
Palavras-chave: discernimento, escolha, felicidade.
INTRODUÇÃO
O conceito de prudência (discernimento) está diretamente relacionado com a questão das escolhas e tomadas de decisões que são feitas a partir da realidade concreta. A prudência seria uma postura adotada por alguns homens - ditos prudentes - para escolher sempre o melhor para si e assim alcançar o fim último de sua ação: a felicidade. Aristóteles deixa claro em seu livro VI que a felicidade é o fim da ação humana e que esse fim não deve ser questionado, pois já está dado. O que se deve pensar com calma são os meios que os homens usam para alcançar esse fim e um desses meios, diz Aristóteles, é a prudência ou discernimento. Vejamos então algumas das idéias de Aubenque a respeito da Phrónesis e do homem prudente (Phronimos).
A PRUDÊNCIA (Phrónesis) E O
HOMEM PRUDENTE (Phronimos)
A Phrónesis para Aristóteles é uma virtude e não uma ciência. Isso quer dizer que o homem prudente é aquele que busca discernir o que é melhor para seres humanos por hábito (virtude). A prudência não é algo que se adquire como a ciência por instrução ou demonstração. Ela deve ser praticada cotidianamente como hábito, tornando assim uma virtude. Aristóteles diz em seu livro VI que a juventude (ainda em fase de formação) não consegue ser prudente pelo fato de que possui pouca experiência de vida. Segundo Aristóteles
Uma prova do que foi dito é que, enquanto os jovens se tornam geômetras, ou