Escolas abaciais, catedrais e palatinas e suas diferenças e a formação do cavaleiro
As Escolas Abaciais estão ligadas à vida monástica, que organiza ensinos de alcance, sobretudo religioso, segundo regras e procedimentos rigorosamente fixados, dando vida a um tipo de saber bem diferente do antigo, feito de comentários e interpretações canônicos, e que que não “descobre” a verdade, mas a “mostra”: um saber dogmaticamente fixado e que se trata apenas de esclarecer e de glosar. Nas escolas abaciais predomina uma cultura ascética ligada aos estudos dos textos sagrados e do saltério, dedicada à formação espiritual e à medilatio.
Nas Escolas Catedrais cultivava-se o estudo do trívio(gramática, retórica, dialética), mas sobretudo do quadrívio(aritmética, geometria, astronomia, música) e se difundia um saber enciclopédico tirado do Boécio Cassiodoro e Isidoro de Servilha, caracterizado pela “tradição e submissão “, vinculado pela auctorila, fosse ela representante pela Sagrada Escritura, pelos textos dos Padres ou elaborados pelos Concílios, e destinado a fixar o ordo e a regula: o primeiro “estabelece invariavelmente o antes e o depois, os meios e os fins” e, portanto, uma hierarquia entre sabres; a segunda “requer a virtude mais apreciada na ética de toda a Idade Média: a fidelidade (fides)”, como própria do intelectual (Aléssio). “Assim, “nas escolas catedrais, até o fim do século X prevaleceu o modelo da cultura” didática e conservadora”, formalista e não criativa. Só no século seguinte elas se tornarão protagonistas de um grande florescimento cultural, sob o impulso do renascimento da cidade.
Para formar tais eclesiásticos, e próprios filhos da nobreza, é fundada a Schola Palatina (ou palaciana) em 782, confiada aos cuidados de Alcuíno de York (730-804), um monge inglês de grande cultura, inclusive clássica, e de grande experiência como organizador de escolas (em York). Na Escola Palaciana ensinavam-se, sobretudo a gramática e a retórica, em torno das quais Alcuíno escreveu manuais de