Escolarização de jovens e adultos
Sérgio Haddad
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Maria Clara Di Pierro
Organização não-governamental Ação Educativa
Introdução O texto que segue aborda alguns dos processos sistemáticos e organizados de formação geral de pessoas jovens e adultas no Brasil, conferindo especial atenção á educação escolar. O texto oferece uma rápida visão panorâmica do tema ao longo dos cinco séculos da história posteriores à chegada dos portugueses às terras brasileiras, mas detém o olhar, sobretudo na segunda metade do século XX, em que o pensamento pedagógico e as políticas públicas de educação escolar de jovens e adultos adquiriram a identidade e feições próprias, a partir das quais é possível e necessário pensar seu desenvolvimento futuro.
Colônia e Império A ação educativa junto a adolescentes e adultos no Brasil não é nova. Em primeiro lugar, porque no período do Império só possuía cidadania uma pequena parcela da população pertencente à elite econômica à qual se admitia administrar a educação primária como direito, do qual ficava excluída, os negros, indígena e grande parte das mulheres. O pouco que foi realizado deveu-se aos esforços de algumas Províncias, tanto no ensino de jovens e adultos como na educação das crianças e adolescentes. Ao final do Império, 82% da população com idade superior a cinco anos eram analfabeta. Nas palavras de Celso Beisiegel: [...] no Brasil, na colônia e mesmo depois, nas primeiras fases do Império [...] que estabelecem os conteúdos específicos dessas doutrinas no país.
Primeira República
A nova Constituição republicana estabeleceu também a exclusão dos adultos analfabetos da participação pelo voto, isto em um momento em que a maioria da população adulta era iletrada. Apesar do descompromisso da União em relação ao ensino elementar, o período da Primeira República se caracterizou pela grande quantidade de reformas educacionais que, de alguma