Escolarização de jovens e adultos
O texto oferece uma visão panorâmica do tema e uma acepção ampla de EJA, como sendo aquela que compreende:
“[...] processos e práticas formais e informais relacionadas à aquisição ou ampliação de conhecimentos básicos, de competências técnicas e profissionais ou de habilidades socioculturais.” (HADDAD e DI PIERRO, 2000, p. 108).
Segundo HADDAD e DI PIERRO (2000), a EJA (Educação de Jovens e Adultos) sempre foi um instrumento de grande importância pela diversidade de conteúdos e valores tratados na abordagem desta forma de educar, seja dentro ou fora de ambientes escolares. Essa modalidade de educação acontece desde o período colonial e império, quando pessoas do âmbito religioso se dedicavam a catequizar as pessoas a respeito de normas e valores, muitas vezes impostas, sobretudo aos índios e negros e, posteriormente aos colonizadores.
A constituição de 1824 prometeu garantir uma instrução primária e gratuita a todos os cidadãos, porém quase nada aconteceu ao final do período imperial. Mas serviu de ponto de partida para a continuação desta discussão nas constituições posteriores, embora tenham tratado do assunto de forma muito lenta. Ao final do império ainda 85% da população com idade superior a cinco anos era analfabeta.
Na primeira república, mesmo com discurso de descentralização do poder de ensino básico, até então atribuído às províncias e municípios, o privilegio continuou sendo da elite pela forte influência das províncias e oligarquias regionais nas decisões relativas a educação, sendo que, desta forma, as camadas sociais pobres continuavam marginalizadas e fora das decisões políticas, entre elas o voto, pelo fato de serem analfabetos. Embora a república tenha se preocupado em criar muitos aparatos legais a respeito da educação, pouco se pôs em pratica, porque depois de 30 anos 72% da população acima de cinco anos continuava analfabeta, o que fica claro que não havia preocupação com um pensamento pedagógico para a educação de jovens e