escola
A pesquisa aqui descrita abrange estudos que abordam a interação família e escola.
Para iniciar é preciso citar algumas referências sobre a família, sua história e sua condição atual. Para melhor localizar a perspectiva que aqui se adota, os termos principais são a família, a criança e a escola.
Retomando a história social da infância e da família, Ariès (2006) assinala o caráter histórico e cultural do modelo de família nuclear, que emergiu como socializadora das crianças apenas a partir do século XVIII. Dessa forma, a visão contemporânea de família, como algo natural na organização humana, é contrariada. Da mesma forma que a visão de grande parte das escolas que toma tal estrutura familiar como parâmetro de normalidade em nossa sociedade.
A partir da Revolução Industrial, as mães tendo de trabalhar para ajudar no sustento da casa, raramente tinham a oportunidade de se dedicar inteiramente aos seus filhos. A escola, que por sua vez, tinha o papel de ensinar o que o mundo do trabalho iria cobrar ao indivíduo no futuro, passa a exercer também a função de educar para a vida, e passou a agir com ensinamentos de filosofia, sociologia dentre outros que eram passados pela família (ARIÈS, 2006).
Durante muito tempo, especialmente durante a Idade Média, a família era a única fonte de aprendizagem da criança até tornar-se adulta, ter suas próprias experiências e se tornar parte de outros segmentos da sociedade. Não só a própria família, mas muitas vezes, outras famílias ficavam incumbidas da educação das crianças, e as famílias faziam o que hoje a escola se propõe a fazer: educar para a vida. De acordo com Ariès (2006), uma forma muito comum na educação era o aprendizado por meio da prática, e muitas vezes essa prática não apresentava limites entre a profissão e a vida particular. O mesmo autor relata ainda que a bagagem de conhecimentos, a experiência prática e o valor humano eram transmitidos por meio do