escola e sociedade
A idéia de infância, tal qual a concebemos hoje, surge sirnuftaneamente ao sentimento de família e ao desenvolvimento da educação escolar. Certamente não se trata de uma coincidência. Tais transformaç&s resultaram da organização das relações sociais de produção da sociedade industrial. Na Idade Média e no início dos tempos modernos, os filhos eram, evidentemente, cuidados e protegidos por seus pais, no seio de uma organização familiar. Mas a existência de família não implicava um sentimento de família que unisse emocionalmente seus membros em núcleos isolados, o que iria se desenvolver lentamente a partir do século XVII, em torno do sentimento de infância (Ariês, 1981).
Anteriormente à sociedade industrial, a duração da infância se limitava à tenra idade em que ela necessitava dos cuidados físicos para a sua sobreyjvSneja Logo que este desenvolvimento físico fosse assegurado (aproximadamente aos sete anos, segundo Ariés), a criança passava a conviver diretamente com os adultos, compartilhando do trabalho e dos jogos, em todos os momentos. A aprendizagem de valores e costumes se dava a partir do contato com os adultos: a criança aprendia ajudando aos mais velhos. Logo, a socialização acontecia no convívio com a sociedade, não sendo determinada ou controlada pela unidade familiar. Nesta forma coletiva de vida se misturavam idades e condições sociais distintas, não havendo lugar para a intimidade e a privacidade.
A família moderna, que se estabeleceu na burguesia a partir do século XVIII, veio instalar a intimidade, a vida privada, o sentimento de união afetiva entre o casal e entre pais e filhos. Sua consolidação aconteceu graças à destruição das formas comunitárias tradicionais reorganjzado..g em função das necessidades da ordem capitalista
Segundo Ariês, a aprendizagem social vai deixando de se realizar através do convívio direto com os âdultos, sendo substjtuída pela educação escolar, a partir do fim