eSCOLA SUMERHILL
Summerhill respira democracia. O currículo - ou seja, a lista das disciplinas que os alunos vão cursar - é flexível e negociado entre alunos e educadores. Todas as aulas são opcionais. Problemas - inclusive eventuais casos de bullying ou comportamento abusivo - são sempre discutidos em assembleias, com a presença de alunos, professores e funcionários, que se reúnem quase todos os dias. Não existe hierarquia em Summerhill - a opinião ou palavra de um professor vale tanto quanto a de um aluno. O ambiente é espetacular - muito verde e tranquilidade. Os jovens, que permanecem na escola em regime de internato, são estimulados a praticar exercícios e jogos ao ar livre, Mas não há pressão - participa quem quer, quando quiser. As atividades, aliás, são organizadas pelos próprios alunos. E não se assuste com a palavra ‘’internato’’, que tem uma conotação negativa em português. Na escola, o conceito de internato não rima com castigo ou neura.
Essa liberdade toda não significa que a escola não tem regras. Segundo o educador brasileiro Augusto Cuginotti, que trabalhou dois anos em Summerhill, a escola "se autorregula usando uma média de 200 leis criadas pela própria comunidade, a maioria proposta por alunos. Não se trata de ter ou não ter regras, mas na possibilidade de criá-las, abandoná-las e a liberdade de trazer um assunto à pauta quantas vezes for necessário". Summerhill foi revolucionária para a época de sua fundação. Imagine só a modernidade de Summerhill - na década de 20, as escolas, no Reino Unido, eram sinônimo de disciplina muito rígida. Era comum crianças que não correspondiam às expectativas de professores apanhassem com régua e ficassem de castigo. Summerhill chegou para chacoalhar conceitos e desafiar padrões de ensino. Apostando na ideia revolucionária de uma escola-comunidade - formada por uma parceria entre crianças, jovem e adulta (diretor, professores e funcionários) -, Summerhill tem desde sempre resistido às críticas e