Escola personalista
Esta escola surgiu como uma reação ao contismo, durante a segunda metade do século XIX (1867), dando personalidade às contas para poder explicar as relações de direitos e obrigações.
A personificação das contas já existia desde os primeiros expositores do método de partidas dobradas, porém, esta personificação não constituía uma teoria científica e sim um artifício usado pelos autores para explicar o mecanismo das contas.
Para os teóricos do personalismo, as contas deveriam ser abertas tanto para pessoas físicas como jurídicas (pessoas verdadeiras), e o deve e haver representavam débitos e créditos das pessoas a quem as contas foram abertas.
Um dos primeiros idealizadores desta teoria foi Francesco Marchi (1822/1871). Mas foi Giuseppe Cerboni(1827/1917) o verdadeiro construtor da teoria personalista.
Justificava a personificação das contas por considerar que qualquer operação administrativa, correspondente à gestão de qualquer entidade, assume relevância jurídica em virtude do débito e crédito que provoca.
Cerboni fundamentou a teoria personalista nos seguintes axiomas:
1. Toda a administração consta de uma ou várias aziendas (conjunto de bens materiais, direitos e obrigações que formam o patrimônio) e toda azienda tem um proprietário ou chefe a quem pertence em absoluto ou por representação a matéria administrável. Por outro lado, não se pode administrar sem que o proprietário ou chefe entre em relação com agentes (empregados) e correspondentes (terceiros).
2. Uma coisa é possuir os direitos de propriedade e de soberania da azienda e outra coisa é administrá-la.
3. Uma coisa é administrar a azienda e outra é guardar os bens da mesma e ser responsável por eles.
4. Nenhum débito é criado sem que de forma simultânea se crie um crédito e vice-versa.
5. Em relação aos empregados e terceiros, o proprietário é de fato o credor do ativo e o devedor do passivo. Os empregados e terceiros nunca serão debitados ou creditados sem que