ESCOLA DOS ANNALES
A Revolução Francesa da historiografia
A terceira geração
A terceira geração tornou-se mais visível a partir de 1968, com a saída de Braudel e a chegada de André Burguiére e Jacques Revel na administração do movimento. A maioria dos membros desta geração decidiu seguir os escritos e projetos de Febvre permitindo a ampliação do campo da história, como por exemplo: “A incorporação da infância, do sonho, do corpo, e mesmo, do odor” (pg79). Já outros decidiram o campo da história política.
Essa geração tem como pauta as mulheres, é considerada a mais aberta, por permitir ideias vindas de outros lugares, de qualquer parte do mundo.
I do porão ao Sótão
Na primeira geração, a história das mentalidades não foi totalmente descartada, mas não era consideradas como pautas para os Annales. A partir da década de 60 e 70 a trajetória de alguns historiadores que faziam parte da revista sofreram algumas mudanças da base econômica, transferiada para a “superestrutura” cultural do “porão ao sótão”.
A história das mentalidades foi pensada por um intelectual da geração de Braudel chamado Philipe Ariés, seus interesses eram voltados para a natureza e a cultura, pela maneira como uma cultura observa fenômenos naturais. O intelectual aprofundou-se em pesquisas sobre a infância e assim percebeu que na idade média, a infância era praticamente ignorada, apenas em meados do século XVII na França foi descoberta. Um de seus importantes livros “L’ enfant et l avie familiale sous I’ Ancien Regime”, foi analisado por alguns historiadores como uma obra muito generalizada, por analisar a evolução europeia somente baseada na França. Todavia é válido destacar o seu legado para a construção e a inclusão da infância na história.
Seus últimos escritos foram voltados para o estudo das atitudes geradas em torno da morte, suas obras davam ênfase para o papel dos valores e das mentalidades baseados na família, na sexualidade e da história do amor.