Esclerose mÚLTIPLA

INTRODUÇÂO
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica, de etiologia desconhecida, auto-imune, caracterizada por áreas de inflamação, desmielinização, e cicatrizes gliais (esclerose) na substância branca do SNC. A evolução clínica da patologia varia de uma doença benigna, caracterizada por sintomas leves a uma doença progressiva e incapacitante. Grande parte dos pacientes com EM manifestam sintomas que remitem e recidivam alternadamente. No início, a recuperação é quase completa, porém ao longo do tempo, as lesões permanecem e como conseqüência, a incapacidade neurológica aumenta de modo gradual.
A doença é considerada imuno-mediada, uma vez que as células T CD4 reagem contra antígenos próprios da mielina, resultando em inflamação no SNC, com ativação dos macrófagos no cérebro e medula espinhal. Essa reação imunológica causa destruição da mielina, que por conseqüência gera defeitos na condução dos impulsos nervosos.
A patologia se manifesta, geralmente, entre os 20 e 30 anos de idade e apresenta uma maior incidência no sexo feminino. Regiões como o Norte dos Estados Unidos, sul do Canadá, sul da Austrália e Nova Zelândia são áreas de prevalência elevada, (30 casos por 100.000 habitantes), já a América do Sul é uma região de baixa prevalência da doença (5 casos por 100.000 habitantes).
A EM se caracteriza pela disseminação de lesões no tempo e no espaço e os sintomas indicam, em geral, mais de uma lesão. Estes podem ser diversos e parecem incluir todos os sintomas decorrentes de uma lesão em qualquer parte do neuroeixo, desde a medula espinhal ao córtex cerebral, como fraqueza, depressão, paralisia e complicações oculares. A combinação de sinais e sintomas não relacionados anatomicamente constitui a base do diagnóstico clínico da EM.
Não há nenhum exame patognomônico para a EM, mas a ressonância magnética é um auxiliar bastante valioso no diagnóstico da patologia, uma vez que ele mostra múltiplas lesões da substância branca na maioria dos pacientes. Uma vez