Esclerose lateral amitrófica
2011 palavras
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O dramático diagnóstico da ELAA doença da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) assusta o mundo pela avassaladora destruição do organismo em poucos anos e a comunidade científica se mobiliza para buscar sua cura
"De repente, tudo caía das minhas mãos”
Guia de Ogum no pescoço e na constante companhia da irmã Cibele e da mãe, Nice, assim vive o professor paulista Edgard José de Oliveira, 50 anos. Ele apenas balbucia palavras. Com supremo esforço e numa prova de superação, deu o seguinte depoimento:
“Foi tudo muito rápido. Senti o primeiro sintoma quando fui nadar e não consegui juntar os dedos da mão esquerda. Alguns meses depois tive dificuldades para mover o braço. O terrível diagnóstico demorou dois anos e meio, mas eu já estava de certa forma preparado para a ELA, sabia que podia ser esse o meu problema. A forma como a paralisia se espalhou pelo corpo foi assustadora. De repente não conseguia mais escrever e todo objeto que tentava segurar caía das minhas mãos. Veio a cadeira de rodas. Aprendi a me adaptar às mudanças. Hoje sei que a ELA pode até me matar, mas vai ter de brigar muito. Sou chato com a doença”.
Ela, a morte, se faz anunciar nas mais diversas enfermidades em diferentes graus de sofrimento. Ela, a morte, se faz anunciar da forma mais devastadora e no grau mais arrasador quando a doença se chama Esclerose Lateral Amiotrófica – que numa terrível coincidência tem por sigla justamente a palavra ELA. Pacientes e médicos gelam diante de tal diagnóstico, inaceitável porque ele aponta para um único prognóstico: a morte inexorável e por demais sofrida. Assim, receber a notícia de ser portador de ELA é receber nas mãos, sem apelação a Deus ou à ciência, uma sentença de morte. Ao doente, primeiro vai-lhe faltar força muscular para os movimentos mais simples: segurar uma caneta, fechar um zíper, apertar a válvula sanitária, abraçar um filho. Antes disso, ou logo depois dessas manifestações, podem ocorrer também quedas do nada – está-se andando e, de