Escandalo enron
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Não há bem mais valioso para uma empresa de auditoria do que sua credibilidade.
Nos balanços da Arthur Andersen, uma das cinco maiores firmas de auditoria do mundo, não há ativo mais em falta nos últimos tempos. Abalada por um dos maiores escândalos financeiros da história – a quebra da gigante americana do setor de energia Enron -, a consultoria corre o risco de ter o mesmo fim de sua cliente e desaparecer, levando consigo a reputação de todo o setor.
Cabia à Andersen a missão de auditar as contas da Enron, sétima maior empresa americana e uma das preferidas dos analistas de Wall Street. Quando a atacadista de energia quebrou, no mês passado, descobriu-se que a empresa inflou lucros e omitiu dívidas na sua contabilidade nos últimos três anos. Segundo investigações do Congresso americano, os auditores sabiam pelo menos desde fevereiro do ano passado de problemas na contabilidade da empresa e nada fizeram. Estima-se que os processos de ex-empregados, acionistas e credores da Enron podem causar um estrago de US$ 10 bilhões nas contas da Andersen. Ameaçada, a companhia negocia fusão ou incorporação por outra das “cinco grandes” da auditoria -- KPMG, PricewaterhouseCoopers, Ernst & Young e Deloitte Touche Tohmatsu.
A crise da Andersen é um caso exemplar dos problemas envolvendo as práticas de auditoria em todo o mundo. Empresas de auditoria são pagas para checar se os livros de contabilidade dos clientes são confiáveis. Na Enron, a Andersen prestava dois serviços. Dava consultoria e auditava os números da empresa ao mesmo tempo. Era muito bem remunerada: só em 2000, a Enron pagou US$ 52 milhões pelo serviço, o que lhe deixou na confortável posição de segundo maior cliente da Andersen. Apesar disso, não fez seu trabalho corretamente. Por algum motivo, que ainda se investiga, a Andersen não deu nenhum alerta sobre os problemas na contabilidade da empresa. Dívidas