Esaú e Jacó
Esaú e Jacó é a penúltima obra de Machado de Assis, uma obra-prima de realismo lírico, pois revela o auge do domínio de sua escrita. O autor demonstra em Esaú e Jacó sua qualidade de historiador ao ressaltar, a partir de dois irmãos, a disputa política entre monarquistas e republicanos: Paulo era republicano e Pedro, monarquista. Em sua obra, a história é narrada, privilegiando-se tanto os aspectos macros quanto aqueles que dizem respeito à cotidianidade da cultura. É uma história do livro de Gênesis, parte integrante da Bíblia. Trata da relação entre os filhos gêmeos de Isaque e Rebeca. Segundo a tradição, o filho primogênito tinha direitos exclusivos. Dentre os gêmeos, o que nascera primeiro fora Esaú. A mãe tinha preferência pelo mais novo, Jacó, chegando a planejar junto com ele, para enganar o pai que estava velho e já não enxergava bem. Rebeca ajudou Jacó a passar-se por Esaú, para roubar o direito deste. O fato cria uma inimizade grande entre os gêmeos. No entanto, nos capítulos 32 e 33 de Gênesis nós encontramos a reconciliação destes dois irmãos. Esta história faz parte dos acontecimentos bíblicos mais conhecidos. A história dos irmãos inspirou o livro de Machado de Assis, que também relata a rivalidade entre irmãos gêmeos, tendo a mãe no centro da disputa.
Escola literária: Realismo
Personagens centrais: Pedro e Paulo
Narração: Conselheiro Aires, em terceira pessoa.
Estrutura de Esaú E Jacó
1) Lugar. A história se desenvolve na cidade do Rio de Janeiro, com diversas referências a localidades ainda hoje existentes, como o Morro do Castelo (hoje Esplanada do Castelo), Botafogo, Andaraí e outras. Mais no fim do romance, a ação se desloca, durante algum tempo, para Petrópolis.
2) Tempo. A sequência dos fatos se revela essencialmente cronológica; inicia-se com a previsão da cabocla do Castelo, em 1871, indo até os primeiros anos da República (1889). Muitos fatos políticos que se situam nesse espaço de tempo merecem referências, como é o