Ervas
Para o povo Yorubá , o poder mágico das ervas só é possível se as mesmas forem acompanhadas de palavras que encantam as ervas , o Ọfò.
O grande poder mágico das ervas , acredita o povo Yorubá, só é possível quando em conjunto com as encantações faladas (Ọfò) , essas palavras e frases geralmente são curtas e apresentam o nome da erva e o que se espera dela.
Um exemplo tirado do livro Ewé de Pierre Verger é o Ọfò para a mulher ter um bom parto:
Àgàdo bá wa gbé ọmọ wá lé
Ewé ahárá má jê ki oyún ó há
Kán-ún bílálà La ònà f’ómọ.
Que siginifica:
Milho, ajude-me a fazer a criança descer
A folha de ahárá não deixa que a gravidez atrase.
Potássio concentrado, abra o caminho para a criança.
Ou seja, com a devida concentração e Ọfò , essas ervas em conjunto tem o poder de ajudar num bom parto.
O caboclo Pena Branca disse certa vez, uma erva macerada é só uma erva macerada, temos que manuseá-las com concentração e conversando com elas, só assim extraímos o verdadeiro poder delas.
É claro que o Yorubá não é um idioma de fácil entendimento e nem de fácil aprendizado, porém podemos usar sim o poder dessas ervas sem o conhecimento do Yorubá. Assim como fazemos nossas preces com fé e concentração , esse principio deve ser usado no trato com as ervas , seja num simples banho ou em algum outro ritual magico.
Ao se preparar um banho por exemplo, não podemos simplesmente preparar esse banho , enquanto conversa com alguém ou enquanto faz o café, devemos reservar um tempo solitário e calmo para isso, desde o colher das ervas até o momento de tomar o banho.
A licença ao colher a erva deve ser pedida, a conversa com entidade ou orixá deve ser feita em todo o momento do preparo desse banho, assim como a ‘conversa com a erva’ , se tudo assim for feito corretamente, o momento de tomar o banho será sim um ritual mágico , onde o poder daquela erva entrará em contato direto com a pessoa e assim concluindo esse ritual, seja esse