Erros meus, má fortuna, amor ardente
Trabalho realizado por: Adriana Silva
Miguel Ângelo
" Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor somente.
Tudo passei ; mas tenho tao presente
A grande dor das cousas que passaram
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso dos meus anos;
Dei causa a que a fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos…
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vingança!”
Soneto de influência renascentista constituído por:
" Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor somente.
Tudo passei ; mas tenho tao presente
A grande dor das cousas que passaram
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Quadras
Errei todo o discurso dos meus anos;
Dei causa a que a fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos…
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vingança!”
Tercetos
“E/rros / meus, / má / for/tu/na, a/mor / ar/den/te”
“A / não / que/rer / já / nun/ca / ser / con/ten/te,”
Uso de versos decassilábicos – Medida nova Esquema rimático
" Erros meus, má fortuna, amor ardente
A
Em minha perdição se conjuraram; B Rima
B
Os erros e a fortuna sobejaram, emparelhada A
Que para mim bastava amor somente.
Rima interpolada
Tudo passei ; mas tenho tao presente A
A grande dor das cousas que passaram
B
Que as magoadas iras me ensinaram B Rima emparelhada A não querer já nunca ser contente. A
Rima interpolada
Errei todo o discurso dos meus anos; C
Dei causa a que a fortuna castigasse D
As minhas mal fundadas esperanças. E
De amor não vi senão breves enganos…
C
Oh! quem tanto pudesse que fartasse D
Este meu duro