Erros inatos do metabolismo
Os estudos sobre os erros inatos do metabolismo iniciaram-se em 1904, quando Archibald Garrod descreveu a alcaptonúria. Em seu clássico artigo eram destacados os aspectos genéticos da doença que foi uma das primeiras alterações para a qual a herança mendeliana recessiva foi proposta. Assim, a Garrod deve-se o termo “Erros Inatos do Metabolismo’’ - título de seu livro, publicado em 1909, no qual descrevia além da alcaptonúria, outras doenças metabólicas.
Porém, os aspectos bioquímicos e genéticos só foram melhor esclarecidos em 1941, quando Beadlen e seus colaboradores propuseram a hipótese ’’um gene - uma enzima”, considerando que todos os processos bioquímicos do organismo ocorrem sob controle gênico e, portanto, mutações gênicas levariam a rotas bioquímicas deficientes.
Até 1950, o avanço no conhecimento sobre estes distúrbios foi lento. A situação se transformou a partir dessa década com o desenvolvimento de novas técnicas laboratoriais, como a cromatografia e eletroforese de proteínas. Além disso, a tecnologia do DNA possibilitou a detectação das causas moleculares dos erros inatos.
Assim, os erros inatos do metabolismo são considerados a causa das doenças metabólicas hereditárias (DMH) em que a ausência de um produto esperado, acúmulo de substrato da etapa anterior a interrompida ou o surgimento de uma rota metabólica alternativa podem levar ao comprometimento dos processos celulares.
Esse grupo de doenças representa cerca de 10% de todas as doenças genéticas. Em grande parte, são doenças que afetam todo o organismo e podem se manifestar em qualquer faixa etária, fazendo com que médicos devam atentar aos sinais e sintomas de um erro metabólico em qualquer paciente. A incidência isolada de cada uma das doenças metabólicas é pequena, até porque tratam-se de doenças que, em geral, têm herança autossômica recessiva.
Tratando-se de alterações metabólicas bastante distintas, os erros inatos do metabolismo possuem diversas classificações. De