Erro

O que é erro?

Uma forma de romper com o circulo vicioso do preconceito linguístico, é reavaliar a noção que temos de ERRO.
Na primeira parte deste livro, o mito nº 6, expressa bem a prática de confundir a língua com a escrita e principalmente com a ortografia oficial.
Muitos os que são rotulados como ERRO DE PORTUGUÊS é apenas um desvio de tal ortografia oficial.
Um fato simples que o autor nos dá, que particularmente já tive professores que fizeram o mesmo exercício, é que após lerem o poema “Erro de português” de Oswald de Andrade; outros autores e educadores pediram que um aluno procurasse erros de português em cartazes, placas e até mesmo na fala de outras pessoas e transcrevesse no caderno.
Um verdadeiro absurdo aos olhos do autor, que mais uma vez reforça que não há ERROS DE PORTUGUÊS e sim ERRO DE ORTOGRAFIA.
Exercícios como esse citado acima transformam estudantes que passam por esse exercício em pessoas debochadas, formando uma verdadeira “caças as bruxas”, sendo inadmissível.
Um bom exemplo que o autor nos dá, é onde se escreve LOJINHA DE ARTEZANATO com Z, em vez de LOJINHA DE ARTESANATO com S, nada prejudica a intenção da pessoa que escreveu, o que importa é que ali vendem objetos artesanais, no caso a mensagem foi transmitida, e não é porque haja um erro de ortografia, que o lugar venda objetos inferiores e feios.
O autor também se refere à ortografia oficial como uma LEI, onde é determinada por decreto, que a ortografia deve ser feita daquela forma, daquela forma é a correta.
Tanto procurar erros em placas e cartazes, como em fala de pessoas é muito grave, pois cientificamente não existem erros de português, porque um falante nativo da língua sabe muito bem discernir a gramaticalidade e a agramaticalidade de um enunciado, ou seja, se tal enunciado obedece ou não as regras da língua.
Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna, que nasceu e cresceu ouvindo e falando, erra-se naquilo que se aprendeu e necessitou de treinamento,