Erro construtivo
O “erro escolar” é algo inquietante e provocante ao mesmo tempo. Assim, venho durante a minha vida profissional, tentando compreendê-lo de maneira construtiva, estudando os pressupostos teóricos dos seguidores de Piaget e até dentro de um enfoque interdisciplinar. A minha maior preocupação é com a rotina que se efetiva na sala de aula do que com o produto, examinando como os "erros" se revelam nas atividades dos alunos, nos procedimentos utilizados pelo professor e nas interações cotidianas entre sujeito e objeto.
Faz-se necessário ressaltar que, enquanto a escola não assumir os erros de aprendizagem como uma verdade do processo de ensino, será impossível desenvolver uma educação que leve o aluno e o professor a refletir sobre o que fazem. Oportunizar atividades onde os alunos possam perceber e corrigir seus erros é talvez o serviço mais desafiador que a escola tem nos dias de hoje.
Segundo PIAGET (1983) inteligência é uma forma de adaptação desenvolvida pelos seres vivos e seu emprego está em estruturar o universo a sua volta, não existindo diferenças expressivas entre os organismos, mas somente tipos específicos de problemas que necessitam de respostas mais elaboradas.
Piaget observou, em seus estudos, que as respostas erradas emitidas pelas crianças tinham um sentido e apareciam em idades aproximadas. Piaget percebeu também que, em idades diferentes, encontravam-se vários tipos de respostas erradas e similares. Com isso, considerava que a noção da inteligência de uma criança mais velha não é maior, em termos quantitativos, do que de uma criança mais nova, diferenciando-se apenas em termos qualitativos.
A criança vai erguendo um conjunto de verdades, as quais são utilizadas para operar as informações recebidas. Para os alunos, não existe erro e sim uma forma distinta de se proceder, pois ainda estão construindo “as verdades” que vão se juntando com as informações adquiridas em sala de aula ou