ermetica
Seu interesse repentino por mim agora
Não é tão difícil perceber.
Agora que eu faço sucesso
Você não me dá mais sossego
Quer dizer que agora eu presto pra você brincar.
Pra se construir alguma coisa
É preciso respirar
Longe desse seu ar de raposa
Que não dá pra perdoar
A sinceridade de intenção
Só pra quem se pode dar.
Seu interesse repentino por mim agora
Não tão difícil perceber
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Vida a Prestação
Raul Seixas
Acorda cedo
Café na mesa
Toma seu carro e seu avião
E vai pagando durante o dia
O preço da civilização
Com dinheiro compra alegria
E se vende a prestação
(Prestação!)
Não interessa linda princesa
Que vêm em sonhos lhe perturbar
Os sonhos morrem ao nascer do dia
Acorda é hora de trabalhar
A vida exige dois pés no chão
Se vendendo a prestação.
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Zoião- Emicida
Tem gente que não pode
Ver ninguém feliz
Apronta, conspira contra, infeliz
Na vila a gente logo aponta
E diz esse aí é zóião, zóião
Vê chegar com a compra
Corre pro portão (zóião, zóião)
Sabe quem paga a vista
E quem faz prestação (zóião, zóião)
Quem tá comprometido
Quem tá de pegação (zóião, zóião)
É até "talarico"
Quer a "muié" do irmão (zóião, zóião)
Maior do que a barriga
Magina, truta
Escuta, esse não entra na China
Pescoço de girafa
Na esquina
Bolando um plano infalível
Tipo o Cebolinha
"Trakina", sabe das coisa sua
E das minha (minha)
Inveja a alegria de todo mundo
Tinha que purificar a alma
Vagabundo perde a linha
Pegou o bonde agora
E já quer ir na janelinha
Gente sem visão, sem amor
Com o olho do tamanho de um hambúrguer
No progresso do trabalhador
Presta ao Orixá e ao Senhor
Me livra dessa "zica"
Atrás da lábia e rancor
Tem gente que não pode
Ver ninguém feliz